RÁDIOS
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Segunda edição começa este fim-de-semana no Rio de Janeiro e segue para São Paulo.
O intercâmbio musical entre Portugal e Brasil nunca esteve tão vigoroso como nos últimos anos, em parte graças à valorização do fado tradicional promovido por jovens e talentosos artistas da nova geração. Pensando em transportar um pouco mais de Portugal para terras brasileiras, o Festival de Fado leva até ao Brasil, pelo segundo ano consecutivo, grandes nomes do fado. A edição deste ano conta com Carminho, Raquel Tavares e Camané, assim como Amália Hoje, o projeto que apresenta o repertório de Amália Rodrigues (1920-1999) com uma roupagem pop. O evento terá ainda debates entre poetas e pensadores portugueses, workshops sobre a história do fado e delícias da gastronomia local.
“A nossa expectativa é transformar o festival em tradição por aqui”, adianta Connie Lopes, portuguesa radicada no Brasil e produtora executiva do evento juntamente com Álvaro Covões, diretor-geral da empresa portuguesa Everything Is New. A primeira edição realizou-se no ano passado e levou ao Brasil Mariza, António Zambujo, Ana Moura e Cuca Roseta.
Convidado para abrir esta segunda edição do festival, o espetáculo Amália Hoje apresenta canções de Amália Rodrigues com uma roupagem contemporânea. No espetáculo, as guitarras portuguesas dão lugar às guitarras elétricas, que se misturam com uma estética pop e figurino moderno. Na mesma noite, sobe ao palco a cantora Carminho, que vem conquistando o público brasileiro desde a sua primeira passagem pelo país, em 2012, na tourneé de lançamento de “Alma”, disco que inclui participações de Chico Buarque, Nana Caymmi e Milton Nascimento.
No segundo dia de evento, é a vez de Raquel Tavares mostrar a sua voz; fã de música brasileira, a intérprete realizou no Espaço Brasil, em Lisboa, o espetáculo “Nem todo o fado é triste, nem todo o samba é alegre”, onde misturava samba com fado. Camané, Um dos nomes mais importantes e consagrados do universo fadista, encerra o projeto evocando a tradição do género.
Além dos concertos, debates e workshops o público do Rio de Janeiro e de São Paulo poderá também apreciar uma exposição com peças históricas e originais vindas do Museu de Fado de Portugal. É a primeira vez que esta mostra – exposta recentemente na sede da UNESCO em Paris – sai da Europa.
O Festival de Fado realiza-se atualmente em 4 cidades: Madrid (desde 2011), Rio de Janeiro e São Paulo (desde 2013) e Buenos Aires, onde se estreou este ano.
Programação:
Amália Hoje e Carminho – 16 agosto | Cidade das Artes (Rio de Janeiro)
Raquel Tavares e Camané – 17 agosto | Cidade das Artes (Rio de Janeiro)
Amália Hoje e Carminho – 19 agosto | HSBC Brasil (São Paulo)
Raquel Tavares e Camané – 20 agosto | HSBC Brasil (São Paulo)
Bilhetes à venda:
Cidade das Artes – Rio de Janeiro
Apresentação dos Artistas:
Amália Hoje
O espetáculo Amália Hoje nasceu em 2009, quando quatro amigos se uniram na produção de um disco homónimo em homenagem aos dez anos da morte de Amália Rodrigues. Formado por Nuno Gonçalves (The Gift), responsável pelos arranjos e direção musical do grupo, Sonia Taves (também dos The Gift), Fernando Ribeiro (da banda Moonspell) e Paulo Praça (ex- Turbo Junkie e Plaza), o grupo apresenta músicas do repertório da cantora mais popular de Portugal com uma sonoridade pop atual. Gravado em Londres e misturado em Dublin e Madrid, o disco traz uma estética moderna e figurino pop contemporâneo.
Carminho
Fenómeno na Europa, aos 31 anos, Carminho já acumula alguns feitos: dois discos de platina na Europa, pelos álbuns ‘Fado’ (2009) e ‘Alma’ (2012), e uma série de espetáculos lotados em países como Alemanha, França, Tailândia, Inglaterra, Coréia, Estados Unidos, Finlândia, Suécia e Espanha. Nestes três últimos, ‘Fado’ entrou para a lista dos discos mais vendidos em poucas semanas. Ela foi também a primeira artista portuguesa a atingir o número 1 do top espanhol.
Raquel Tavares
Dona de uma voz potente, Raquel Tavares é apaixonada pelo universo do fado desde criança. Com apenas 12 anos ganhou o prémio principal do famoso festival Grande Noite do Fado e, aos 17, já cantava em casas de fado por toda Lisboa. Com dois discos lançados (“Raquel Tavares”, de 2006, e “Bairro”, de 2008), que lhe renderam os prémios Amália Rodrigues e Casa da Imprensa na categoria revelação, Raquel já realizou espetáculos em países como Inglaterra, Alemanha, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Itália, Irlanda, Escócia, Grécia, Marrocos, Brasil, Argentina, Uruguai, Canadá, China e Austrália.
Camané
Camané também foi “descoberto” aos 12 anos, quando participou do festival Grande Noite do Fado. Desde então, já lançou 13 discos, atuou em diversas casas de fado e fez parte do elenco de diversos musicais realizados em Lisboa, como a “Grande Noite”, “Maldita Cocaína” e “Cabaret.Fez parte do espetáculo “Tudo Isto é Fado”, uma série de dois concertos realizados na Academy of Music de Nova Iorque (BAM). Na ocasião, recebeu elogioso crítica do The New York Times, que dizia “O fado hoje brinca com fusões e híbridos, misturando-se com música New Age, ritmos africanos, rock e electrónica. Mas Camané veio a Brooklyn como um tradicionalista, vestido de negro e acompanhado só pela guitarra portuguesa, guitarra acústica e baixo… sua voz foi suficientemente forte para encher a sala”.
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