O Festival Fado Santiago do Chile celebra a sua 9ª edição no Teatro Nescafé De Las Artes na quinta-feira, 13 de novembro, nesta que é a maior mostra deste lendário género musical português a nível internacional.

Nesta ocasião, o aclamado certame contará com o terceiro regresso ao Chile da célebre cantora e compositora portuguesa Carminho, que apresentará pela primeira vez no país o seu álbum Portuguesa, bem como alguns temas do seu novo disco, com lançamento previsto para o final do ano.

Filha da prestigiada fadista Teresa Siqueira, Carminho (1984) iniciou uma promissora carreira musical com o seu primeiro álbum, Fado (2009), que alcançou disco de platina (eleito melhor álbum de 2011 pela revista britânica Songlines). Com o seu segundo trabalho, Alma (2012), gravou com Milton Nascimento, Chico Buarque e Nana Caymmi, consolidando o seu prestígio como a cantora portuguesa de maior projeção internacional da altura, ao atingir duplo platina com estes dois primeiros álbuns.

Posteriormente, Carminho lançou Canto (2014), onde apresentou uma visão mais contemporânea da música tradicional portuguesa. Este disco contou com a colaboração de Caetano Veloso e do seu filho Tom, bem como um dueto com Marisa Monte em “Chuva no Mar”.

Em 2016, após convite da família de António Carlos Jobim, a artista gravou o álbum Carminho canta Tom Jobim, com o grupo que acompanhou o músico brasileiro nos seus últimos dez anos de vida, contando ainda com participações de Chico Buarque, Maria Bethânia e Marisa Monte.

O seu quinto álbum, Maria (2018), absorve as suas raízes fadistas, mas oferece também uma visão contemporânea do fado aprendido desde a infância. Já o seu sexto disco, Portuguesa (2023), inclui o single “O Quarto”, que integrou a banda sonora do filme Pobres Criaturas, do realizador Yorgos Lanthimos (nomeado ao Óscar de Melhor Banda Sonora).

Em 2024, Carminho iniciou uma digressão internacional que, pela primeira vez, incluiu Japão. No mesmo ano, lançou o seu primeiro EP, Carminho at Electrical Audio, com um dueto com Caetano Veloso (“Os Argonautas”), gravado em coprodução com Steve Albini no seu icónico estúdio Electrical Audio, em Chicago.

Completando 15 edições desde o seu início em Madrid, em 2011, o Festival Internacional de Fado, intitulado nesta edição “100 anos Carlos Paredes” (em homenagem ao centenário do excecional guitarrista português), promove o fado — e, por consequência, a língua e cultura portuguesa — em 20 cidades de 14 países da Europa, Ásia, África e América Latina. Além de concertos com artistas de primeiro plano, o festival inclui ainda conferências e exibição de filmes. Nesta edição, será exibido o documentário Movimentos Perpétuos, de Edgar Pêra, e realizar-se-á a conferência “Carlos Paredes e a guitarra portuguesa de Coimbra”, pelo investigador André Dias, na Universidad Academia | Facultad de Artes, na manhã de 13 de novembro.

No seu todo, a programação do Festival de Fado oferece uma experiência rica e diversificada que celebra a música, a cultura e o legado de Carlos Paredes, um dos grandes mestres da guitarra portuguesa.

No Chile, o evento tem tido enorme sucesso no espaço de Providencia, com atuações de Carminho (2016), Mariza (2017), Kátia Guerreiro (2018), o regresso — em atuações separadas — de Carminho e a estreia de António Zambujo (2019), Sara Correia (2021), o regresso de Mariza (2022), os concertos de Cristina Branco e Cuca Roseta (2023), além do regresso de António Zambujo (2024), confirmando o enorme revival desta música portuguesa.

Desde 2011, o fado é considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

O Centenário de Carlos Paredes resulta da parceria Ministério da Cultura de Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Lisboa Cultura, através do Museu do Fado.

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